ARTISTAS PARAIBANOS MAYANA NEIVA
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Mariana Trigo |
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» 'Queridos Amigos' retrata com fidelidade os anos 80 Por isso, garante que vive controlando seus trejeitos expansivos na pele de Karina, namorada de Léo, do protagonista Dan Stulbach, em Queridos Amigos. "Meu rosto é exagerado, qualquer expressão é muito para mim. Tenho de tomar cuidado, senão pareço uma máscara", descreve, com uma sonora gargalhada. Por isso, o maior receio da atriz ao compor a produtora de moda da minissérie de Maria Adelaide Amaral foi o espalhafatoso figurino da personagem. Além de evidenciar os modismos da década de 80, como ombreiras exageradas, cores cítricas e maquiagem carregada, a personagem não economiza nos acessórios. "Ela é aquela coisa meio Madonna na época, tem o conceito da explosão estética, muito blush, boca vermelha, pura liberdade de expressão. É fashion emergency", define. No entanto, para Karina, toda a exuberância da personagem oculta uma insegurança por saber que, no início, não é tão aceita pelos amigos de Léo. Com o passar do tempo, porém, a personagem deixa de ser uma estranha no ninho e passa a ser querida no grupo. "O fato dela não ter um discurso no início me deu um vazio. Ela é muito romântica e vulnerável. Por ela não ter defesas, todos gostam dela", avalia, com um ligeiro sotaque paraibano. Quando recebeu o convite da autora para a minissérie, uma das preocupações de Mayana foi compor, pela primeira vez, um papel que não exigia uma intensa caracterização, como aconteceu em sua estréia na televisão, com as personagens Heliana e Onça Caetana, na microssérie A Pedra do Reino, exibida em agosto de 2007. "Sempre construo personagens com referências teatrais. Para a Karina, me inspirei no carisma da Julia Roberts e na ingenuidade de Giulietta Masina", define. Outra referência da atriz para a personagem foi ter sido miss Paraíba, em 2003. Para atrair público para a peça que estava em cartaz em sua cidade natal, Mayana aceitou o convite para participar do concurso. "Foi uma brincadeira. Nunca quis ser miss. Não sou magra, sofisticada, nada disso. O chato é quando me chamam de ex-miss. Tenho de provar que não sou burra", reclama a atriz de 24 anos. Falante e bastante expressiva, Mayana nem sonhava em ser atriz. Por ser ótima aluna de física, sua meta era ser cientista. Mas, ao analisar seu comportamento na infância, ela concorda que desde cedo já dava pistas de que acabaria nos palcos. "Para jantar, pintava um bigode no rosto, colocava o terno e a gravata do meu pai e sentava à mesa. Também adorava fazer shows em casa. Cobrava ingresso da rua toda", diverte-se. A carreira de atriz só começou mesmo quando Mayana foi fazer high school ¿ correspondente ao nosso segundo grau ¿ em São Francisco, nos Estados Unidos. Ao preencher o quadro de matérias, resolveu colocar aula de "drama class" nas horas vagas. Bastou para se apaixonar pela atuação. "Subi no palco e pirei. Queria fazer aquilo para sempre. A vida é isso. Não conseguiria ter jornada de trabalho normal. As pessoas vão minando, esquecem suas essências", avalia. Foi também a essência determinada que fez com que a atriz estreasse na televisão após anos de teatro em São Paulo, onde mora. Quando soube que o diretor Luiz Fernando Carvalho fazia testes para A Pedra do Reino na Paraíba, Mayana foi correndo para seu estado. Mas, ao chegar, os testes já haviam terminado. "Não! Eu tenho de fazer! Esse papel é meu! É o meu lugar!", suplicava a atriz, que conseguiu participar. Mas pensou que não tivesse sido aprovada. "Fiz o teste em abril e me ligaram em agosto: 'Venha para Taperoá agora que queremos você no elenco!'", lembra a atriz, já orgulhosa de seu próximo trabalho. "Fui escolhida pelo governo argentino para interpretar a Evita no teatro. Vou rodar a América do Sul com a peça, que começo a ensaiar em abril", comemora.
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